Quando
ouvimos falar de um filme épico, imediatamente visualizamos cenas de batalhas
grandiosas, com a presença de heróis destemidos, defendendo valores como a
honra e a justiça. Por sua vez, quando se trata de um filme romântico, sabemos
que provavelmente veremos cenas líricas, em que as emoções estarão presentes.
Por que fazemos essas ligações? O que nos leva a associar o épico a cenas de
luta espetaculares e o lírico aos sentimentos?
Todos
os povos têm as suas narrativas. A forma como se organizam pode variar, os
meios através dos quais circulam podem ser diferentes, mas o fato é que contar
histórias parece ser uma atividade própria da natureza humana. Dos poemas orais
ao romance contemporâneo, a literatura registra a trajetória das narrativas e
seu estudo nos ajuda a compreender as mudanças formais e de conteúdo por que
passaram.
Os gêneros literários
O
termo gênero é utilizado, nas diferentes formas de arte, para denominar um
conjunto de obras que apresentam características semelhantes de forma e de
conteúdo.
A
primeira tentativa de organizar a produção literária de acordo com as
características das obras foi feita pro Aristóteles, na Antiguidade Clássica.
A
divisão aristotélica de gêneros baseia-se em dois critérios:
- Forma: identificava como dramático o texto no qual não havia um narrador, apenas a atuação dos personagens, e como épico, o texto no qual o poeta narrador fala diretamente ou por meio de uma personagem (como nos poemas de Homero). Aristóteles não trata especificamente da produção lírica.
- Conteúdo: identificou três focos de atenção da obra: as paixões, as ações e os comportamentos humanos.
No
renascimento, a grande valorização da poesia lírica, desencadeada pela produção
de Petrarca e seus seguidores, consolidou o estabelecimento de três categorias
básicas ou gêneros literários: o épico, o lírico e o dramático. Essa
classificação ainda é usada nos dias de hoje.
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