O gênero lírico
A poesia lírica surge como uma forma de
atender ao anseio humano de expressão individual e subjetiva.
Ela de define pela expressão de sentimentos e emoções pessoais. Uma outra marca
característica de sua estrutura é o fato de dar voz a um sujeito lírico,
diferente da narração impessoal própria da épica.
Esse gênero define-se, portanto, como
aquele em que uma voz particular – o eu-lírico (ou eu poemático) – manifesta a
expressão do mundo interior, ou seja, fala de sentimentos, emoções e estados de
espírito.
No início, os poemas líricos eram
cantados, geralmente acompanhados pela lira, um instrumento musical de cordas.
Foi do nome desse instrumento que derivou a denominação do gênero literário
como lírico.
Embora vários poetas da Antiguidade
tenham se dedicado à composição de poemas líricos, esse gênero literário não
era tão valorizado quanto o épico ou o dramático. Foi somente no Renascimento
italiano que a poesia de expressão subjetiva ganhou o reconhecimento
equivalente ao dos demais gêneros. Isso acontece quando o gosto do público
leitor foi conquistado pela poesia amorosa de Petrarca e seus seguidores. Desse
momento em diante, consolidou-se a identificação da lírica como um dos três
grandes gêneros literários.
Desde o nascimento da lírica, várias
foram as estruturas utilizadas na composição de poemas. Algumas se tornaram
mais conhecidas, uma vez que permanecem em uso ao longo dos séculos. São elas:
- · Elegia: poema surgido na Grécia Antiga que trata de acontecimentos tristes, muitas vezes enfocando a morte de um ente querido ou de alguma personalidade pública.
Federico Barocci "La fuite d'enée"
- · Écloga: poema pastoril que retrata a vida bucólica dos pastores, em um ambiente campestre. Muito desenvolvido entre os séculos XVI e XVIII.
- · Ode: poema também originado na Grécia Antiga que exalta valores nobres, caracterizando-se pelo tom de louvação.
- · Soneto: a mais conhecida das formas líricas.
Poema de 14 versos, organizados em duas estrofes de quatro versos
(quartetos) e duas estrofes de três versos (tercetos).
Recursos poéticos
Quando lemos um texto, a nossa atenção
costuma se voltar para o sentido das palavras. Ao fazer isso, analisamos seu
aspecto semântico. As palavras, porém, também têm uma
sonoridade muito explorada pela literatura, essa sonoridade é a base para a
construção de recursos poéticos, como o ritmo, o metro e
a rima.
- · Ritmo: pode ser definido como um movimento
regular, repetitivo. Na música, é a sucessão de tempos fortes e fracos que
estabelece o ritmo. Na poesia, ele é marcado principalmente pela
alternância entre acentos (sílabas átonas e tônicas) e pausas.
- · Metro: é o número de sílabas métricas de um
verso. A contagem dessas sílabas chama-se metrificação. Quando
contamos as sílabas em um verso, não devemos considerar as que ocorrem
após a última sílaba tônica do verso.
- · Rima: é a coincidência ou a semelhança de sons
a partir da última vogal tônica no fim dos versos.
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