Inventar
mundos, despertar nossas lembranças, desencadear sensações, compartilhar
emoções, provocar nossa reflexão sobre os mais diferentes aspectos da
existência: como a linguagem literária, nos sons e sentidos que produz, adquire
esse poder?
A
essência da arte literária está na palavra. Usada por escritores e poetas em
todo o seu potencial significativo e sonoro, a palavra estabelece uma
interessante relação entre um autor e seus leitores/ouvintes.
O
trabalho com o sentido conotativo ou figurado é uma característica essencial da
linguagem literária. Quando a literatura explora esse sentido estabelece uma
interessante relação entre leitor e texto. Ao ler um romance ou um poema ou ao
ouvir uma história, o leitor/ouvinte precisa reconhecer o significado das
palavras e reconstruir os mundos ficcionais que elas descrevem. O
leitor/ouvinte desempenha, portanto, um papel ativo, já que também cria, em sua
imaginação, mundos ficcionais correspondentes àqueles propostos nos textos ou vive,
na fantasia, experiências semelhantes às escritas.
Sentido conotativo (ou figurado)
é aquele que as palavras e expressões adquirem em um dado contexto, quando o
seu sentido literal é modificado. Nos textos literários, predomina o sentido
conotativo. A linguagem conotativa é característica de textos com função
estética, ou seja, que exploram diferentes recursos linguísticos e estilísticos
para produzir um efeito artístico
Sentido denotativo (ou literal)
é aquele que predomina na linguagem não-literária. Dizemos que uma palavra foi
utilizada em sentido literal quando é tomada em seu significado “básico”, que
pode ser apreendido sem ajuda do contexto. A linguagem denotativa é típica de
textos com função utilitária, ou seja, que têm como finalidade predominante
satisfazer a alguma necessidade específica, como informar, argumentar,
convencer, etc.
Plurissignificação é
quando as palavras assumem no texto literário diferentes significados, como
quando usamos o termo “dormir” para dizer a uma criança que alguém está morto.
Recursos da linguagem literária: o
poder das imagens
A
literatura, de certa forma, cria as condições para que também nós, leitores,
olhemos de modo inovador para o mundo e, ao fazer isso, reconheçamos uma beleza
que, à primeira vista, não parecia estar ali.
O
poder de sugestão e evocação do texto literário depende da capacidade de o
escritor escolher as palavras capazes de “desenhar”, para seus leitores, uma
série de imagens. Por meio da decodificação dessas imagens, o leitor constrói,
na sua imaginação, uma representação dos mundos ficcionais apresentados nos
textos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário